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29-04-2004

Comemorações do 30º aniversário do 25 de Abril


Anadia

No último domingo, celebrou-se o 30º aniversário do 25 de Abril. Uma data que, aparentemente, diz, cada vez menos, aos anadienses, já que se contavam pelo dedo de uma mão aqueles (à excepção do executivo, vereadores, deputados, autarcas, autoridades militares e civis) que quiseram tomar parte da sessão solene que decorreu nos Paços do Concelho. Aliás, das 15 Juntas de Freguesia, apenas nove se fizeram representar neste acto, muito embora o apelo feito para que todos participassem. Jovens, nem um À semelhança de anos anteriores, e porque o dia acordou soalheiro, a Banda de Música de Anadia efectuou a sua habitual arruada pelas ruas da vila, tendo, por volta as 11 horas, realizado um concerto na Praça do Município, que serviu de ligação ao momento em que foram hasteadas as bandeiras, ao mesmo tempo que se ouvia o hino nacional, tocado pela referida Banda. As comemorações continuaram com a também já tradicional Guarda de Honra pelo Corpo Activo dos Bombeiros Voluntários de Anadia, seguindo-se a sessão solene da Assembleia Municipal, no Salão Nobre dos Paços do Município. E, se na Praça do Município, o número de pessoas a assistir às comemorações era significativo, lá dentro, no Salão Nobre, era de uma pobreza franciscana. Apenas os vereadores, deputados, autarcas, entidades civis e militares deram alguma visibilidade às comemorações já que o povo anadiense optou pela ausência, à excepção de cinco pessoas para quem a data parece ter ainda algum significado. Jovens, nem um. Áreas Metropolitanas Caberia ao deputado José Cruz, pelo Partido Popular, fazer a primeira intervenção, começando por recordar a conjuntura internacional. O terrorismo internacional, o conflito do Iraque, a proliferação de armas de destruição maciça e a criminalidade organizada, na sua opinião, conduzem ao sentimento de inquietação e à vulnerabilidade dos Estados. Portugal não é excepção e o sentimento de inquietação também nos atinge. O deputado falaria ainda da “situação económica do país e do abrandamento da economia” e “dos sacrifícios de diversa ordem exigidos aos portugueses”, sem esquecer ainda a importância da descentralização e das autarquias que “são também o motor do desenvolvimento económico e social, e que ganharam novas competências no domínio do ensino e cultura, da informação e comunicação, da saúde, do desporto, do emprego e transportes”. Uma descentralização que “passa também pelo princípio da igualdade de oportunidades” e uma boa articulação entre os diversos níveis de competências, não deixando, por isso, “de falar das áreas metropolitanas e a aderência às mesmas que significa, de certa forma, um corte com os métodos de actuação na gestão autárquica de hoje”, não deixando de salientar também que “o concelho de Anadia ainda não se pronunciou se adere a uma das Áreas e a qual”, num “adiar de uma tomada de posição pode levar à perda ou até impossibilitar o acesso a fundos estruturais”. Daí questionar: “para quando será dada à AM o direito de liberdade adquirida no 25 de Abril para se pronunciar sobre esta importante matéria.” E, falando do 25 de Abril e das suas conquistas (tais como a liberdade, democracia, pluralismo político, progresso, modernidade, solidariedade), José Cruz não deixou de reconhecer que, hoje, “mais de metade da população portuguesa não teve qualquer contacto com a denominada ditadura, beneficiando plenamente de um regime democrático”. Talvez, por isso, a sua insignificante participação neste evento. “Missão libertadora de Portugal” O deputado Augusto Condesso, em nome da bancada socialista, proferiu algumas palavras, de improviso, à cerca das comemorações, recordando os valores de Abril e as liberdades alcançadas. Para o deputado socialista, “o 25 de Abril foi uma missão libertadora de Portugal. Uma revolução contra quem dominava o povo, sem o ouvir”, pois “vivia-se numa época em que só havia senhores e servos”, não deixando que constatar uma das liberdades mais elementares conquistada com a revolução: “antes, não poderíamos estar aqui a dizer isto. Hoje, podemos. Esta é a grande diferença.” “Um marco importante” Por seu turno, o deputado Manuel Campino, em nome da bancada social democrata, falou dos “30 anos que alteraram significativamente o rumo e a vida de todos nós”. Uma revolução “importante da História contemporânea. Um marco a que as gerações mais novas não assistiram, pois já nasceram no ambiente da Liberdade e da Democracia”. Como diria, “um histórico momento que colocou termo à censura, ao medo, à guerra colonial e à falta de liberdade de pensamento e de expressão.” Para o deputado Social Democrata passaram-se 30 anos “que serviram para melhorar o sistema de saúde, a rede viária, a acessibilidade à educação e a instauração da escolaridade obrigatória, o sistema de protecção social e acesso a equipamentos desportivos e culturais”, não deixando, contudo, de destacar também que é ao 25 de Abril que se deve “um poder local forte que tem contribuído de forma decisiva, e com qualidade, para a concretização do direito da melhoria das condições de vida dos portugueses”, nomeadamente ao acesso à água com qualidade, ao saneamento básico, à recolha dos resíduos sólidos e urbanos, à protecção civil, ao ambiente, à solidariedade, ao ordenamento do território, ao desporto, à cultura, à saúde, à construção e manutenção de escolas, à construção de estradas, à habitação e ao apoio aos idosos, crianças, jovens e às pessoas portadores de deficiência. “Um país desenvolvido e moderno” O edil Litério Marques preferiu centrar o seu discurso na actualidade, destacando que, “embora o movimento revolucionário tenha permitido realizar algumas conquistas”, hoje, passados 30 anos, “deparamo-nos com um país desenvolvido e moderno, mas onde se vive, ou sobrevive, em circunstâncias que estão muito longe de ser as ideais”. Assim, na sua opinião, por fazer está, entre outras, a solidariedade, “conceito de tal forma banalizado que começamos já a sentir dificuldade em encontrar-lhe conteúdo”, diria. Uma outra questão abordada pelo autarca anadiense prendeu-se com a problemática das Áreas Metropolitanas - “figura jurídica criada com o objectivo de gerir grandes espaços sócio-económicos do país”, não deixando, neste ponto, de fazer uma série de interrogações, tais como – “Teremos capacidade para reivindicar para o nosso município os meios imprescindíveis ao progresso e à qualidade de vida? Conseguirão os municípios ser solidários com os seus vizinhos e com os de outras áreas? Aceitarão que outros almejem aquilo que eles próprios já conquistaram?” Uma série de dúvidas que “devemos aguardar para ver como se comporta, na prática, o modelo proposto, ou melhor, imposto”, acrescentaria ainda. Litério Marques não deixaria também passar em branco a questão da “corrupção que grassa no país”, falando ainda do designado “subsídio-dependência” – que denominou ser “um mal instalado e que tende a proliferar, pois são reduzidas a capacidade de fiscalização da administração e a adequação das medidas legais respectivas.” Relativamente às autarquias locais, Litério Marques sublinhou que “se deverão capacitar que gerar riqueza é uma obrigação fundamental, e que só será possível cumpri-la se houver uma gestão competente dos meios disponíveis”, terminando por abordar ainda a questão da burocracia e da necessidade de “pugnar por uma Administração Pública mais ágil e responsável.” “Um Portugal cada vez melhor” Por último, Jorge São José, presidente da AM anadiense, encerraria a sessão solene das comemorações, centrando também a sua alocução na actualidade, falando da globalização que tomou conta da humanidade. Relativamente a Portugal, diria ainda que “a comunidade internacional espera de nós uma postura democrática e responsável para assim podermos contribuir também para a implementação de outras democracias e liberdades”. Para Jorge São José “Portugal está hoje na senda do progresso e da credibilidade externa”. E, porque os tempos que se avizinham, são de capital importância na consolidação europeia, sublinhou a necessidade de sabermos “escolher o melhor caminho – da responsabilidade, da credibilização e do Sentido de Estado.” Para o presidente da AM, “é preciso construir um Portugal cada vez melhor e uma Europa mais forte, coesa e dinâmica”, no entanto “é também necessário não esquecer que a globalização existe e todos devemos contribuir para um mundo onde os nossos descendentes possam viver com qualidade e bem estar social e humano.” Catarina Cerca

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